Clara Nunes foi, para mim, a maior cantora brasileira de
sempre. E para minha tristeza, vejo que sua obra anda meio esquecida. Quando se
fala das grandes divas da nossa música, somente ouço o nome de Elis, Gal e
Bethânia.
Há quem diga que o problema de Clara é que seu repertório foi muito
limitado ao samba. E qual o problema? Além do mais, isso é uma verdade parcial.
Em meio aos seus maravilhosos sambas, pintam, aqui e ali, forrós, canções de
protesto típicas do anos 1970, boleros e canções de dor-de-cotovelo.
Nação é
seu último trabalho, antes da morte estúpida e prematura, com 40 anos de idade. Além da emblemática
canção-tema (de autoria de João Bosco, Aldir Blanc e Paulo Emílio) há canções de inspiração
afro-baiana (Ijexá e Afoxé para Logun), uma homenagem ao Império Serrano
(Serrinha) e as tradicionais baladonas (Novo Amor). A lacuna que ela deixou
jamais será preenchida.
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