quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Horses
 
Há 30 anos, a Sony colocava no mercado os primeiros CDs para venda direta ao consumidor. O objeto de plástico brilhante foi alvo ao longo desses trinta anos de furiosas reações por parte de puristas, mas acabou se estabelecendo como a mídia principal de comercialização de música. Em seu período áureo, o CD chegou à assustadora soma de quase um bilhão de unidades vendidas em todo o mundo.

Comprei meu primeiro CD player em 1994 e me lembro até hoje da minha primeira aquisição. Existia aqui em Brasília uma rede de lojas chamada Cash Box e uma delas ficava bem próxima do meu trabalho.

Foi lá que comprei Horses, da Patti Smith,  Dirty, do Sonic Youth, Kiss This, do Sex Pistols e Us, do Peter Gabriel, todos no mesmo dia. O preço do CD ainda era relativamente alto e os discos de vinil ainda eram produzidos regularmente. Em pouco menos de um ano, eles, literalmente, desapareceriam das prateleiras e o CD passaria a ser a única opção para se ouvir música nova (pelo menos aqui no Brasil. Na Europa e nos Estados Unidos a produção de vinil nunca foi totalmente abandonada).

É curioso observar que, nestes trinta anos, o CD cumpriu um ciclo rápido de apogeu e decadência. É curioso pensar também que o vinil, que muitos deram por morto e enterrado, seja hoje visto como a única possível salvação para colecionadores e aficionados. O futuro é incerto, sem dúvida. Não vejo, entretanto, como desaparecer por completo o meio físico. Sempre existirá gente que necessita do objeto, do contato físico com a obra. É a mesma sombra que paira sobre o livro de papel, gradativamente substituído por leitores digitais cada vez mais sofisticados.


O fato é que aqueles quatro discos que inauguram minha coleção de bolachinhas prateadas continuam passando, vez ou outra, pelo meu aparelho de som. Acho o mesmo difícil para quem adquire ou baixa um disco digitalmente. Fico pensando até se essas pessoas se lembram do que ouviram no dia anterior.

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